Fala, amigos. Beleza?
Esse primeiro post é pra contar, com calma, o que eu e a Larissa passamos desde janeiro de 2024.
Alguns de vocês sabem um pedaço.
Outros nem imaginam o que foi esses ultimos anos.
Em janeiro de 2024, por um acaso da vida, num último mergulho em um rio durante um acampamento em Brunswick (NSW), acabei cortando o pé.
Ali começava minha saga entre hospitais, cirurgias e processos de recuperação.
O que achei que seria só uma “passadinha de 2P” na emergência, virou quase dois anos de idas e vindas.
Essa primeira cirurgia não foi a causa do problema na coluna, mas hoje faz parte da história da minha recuperação — já que não consegui recuperar 100% os movimentos do pé esquerdo, o que ainda afeta minha reabilitação do quadril e coluna.

Abril de 2024
Comecei em um novo trabalho — pesado, longas horas dirigindo, posições ruins e uma rotina intensa, mas que naquele momento parecia a promessa de um futuro melhor, com chance de sponsor.
A gente finalmente via a oportunidade de fazer as horas necessárias pro graduate trabalhando full time e tentar o sonhado caminho da cidadania.
$1.500 por semana, estabilidade, planos.
Mas, aos poucos, o que parecia recomeço virou pesadelo.
JUNHO DE 2024
As dores na lombar e no quadril começaram.
Fui ao médico em junho.
Expliquei minha rotina — pai, imigrante, tentando dar conta de tudo.
A solução: uma injeção de corticoide pra “aguentar a rotina”.
Fiz repouso, voltei a trabalhar — e nunca mais fui o mesmo.
A dor na lombar sumiu, mas o quadril começou a travar.
Vieram novas injeções, agora no quadril. Novas promessas. Nenhuma melhora.
Agosto de 2024
Depois da segunda injeção, não consegui mais trabalhar.
Se em Abril/Maio eu trabalhava 10 horas, dirigia 3, cuidava do Matteo e ainda jogava bola,
depois disso eu mal conseguia ficar em pé por algumas horas do dia ou dirigir por mais de 1 hora.
De agosto a novembro de 2024, minha mobilidade foi desaparecendo.
Quando finalmente consegui ver o especialista de quadril, em novembro, ele disse que não era o quadril, era a coluna.
Depois de rir da situação, ainda indicou mais uma injeção:
“Pode ser que ajude”, disse o FDP.
Mais uma injeção, agora pra bursite, no dia do meu aniversário, 06/11/24.
Pensei: “se for pra melhorar, que seja meu presente.”
Mas foi o contrário.
Uma semana depois, eu não andava mais.
💊 Escala 11/10 de dor em novembro de 2024
Passei a depender de opioides de 4 em 4 horas pra reduzir a dor de 11/10 pra 7/10.
Andava de muletas, dormia no sofá pra não subir escadas e vivia deitado.
No dia 01/01/25, decidi parar com os opioides.
Tava virando zumbi.
Larguei o opio e voltei a confiar somente nas nossas tecnologias ancestrais. 🍁
🧠 28/01/25 — O diagnóstico real
Um novo médico descobriu o que realmente estava acontecendo:
meu disco L5S1 estava totalmente gasto e precisava ser trocado.
A cirurgia foi marcada pra 13/03/25 — 44 dias depois do diagnóstico.
Ate esse momento eram nove meses sem trabalhar, cerca de $50 mil dólares que deixamos de fazer,
e agora uma cirurgia no valor de AUD$20 mil, paga com dois cartões de crédito — e que Deus lhe pague, porque eu não tenho como no momento. 😂KKKKCRYING

🌪️ Antes da luz, o ciclone
Duas semanas antes da cirurgia, ainda passamos por um ciclone Alfred.
Depois veio o pós-operatório: 2 meses de cama, ainda sem andar direito, com músculos atrofiados e o peso indo embora — perdi 12 kg que eu já não tinha.
De novembro/24 a maio/25, Foram 6 meses sem andar direito.
Em junho/25, comecei a caminhar por uma hora e, pela primeira vez, senti que tava voltando à vida, enfim Re-aprendendo a andar.
Desde então, sigo semanalmente na fisioterapia e pilates, ganhando força e tentando achar um jeito novo de trabalhar, sem forçar o corpo.


💪 A base de tudo
Enquanto tudo isso acontecia, a Larissa segurou todas as pontas.
Cuidou da casa, do Matteo, estudou, terminou o diploma em Educação Infantil e virou a base de tudo.
Nosso plano pra residência mudou de direção e passou a depender dela, e mesmo assim, ela foi até o fim.
Em meio a tudo, ainda tivemos uma promessa de sponsor que não se concretizou.
A escola mudou a direção e vimos que tínhamos acreditado em uma mentira.
Hoje, estamos recomeçando mais uma vez — com uma nova escola que abriu as portas pra nós e pode, de novo, mudar o nosso futuro.
Mas o custo disso é outro desafio: AUD$20K pra aplicar o novo visto de sponsor ate dezembro/2025 e seguir o sonho da nossa família.
Nasce a BE CALM AND KIND
E foi no meio desse caos que nasceu a BE CALM AND KIND.
Ou, pros íntimos, BE.C.K.
Uma marca que acredita no hemp como símbolo de regeneração pessoal, comunitária e de vida.
Assim como o cânhamo regenera o solo, acredito que ele também pode ajudar a regenerar pessoas, histórias e propósitos.
O Drop Zero e Um — Re-aprender a andar é o nosso primeiro passo.
Uma forma de contar nossa história e usar o fundo do poço como impulso pra saltos maiores.
🌍 O beck.club
Aqui no beck.club, quero compartilhar textos mais longos —
coisas que espero que façam você pensar, respirar e se (re)conectar.
No Instagram, quero postar o contrário do brain rot e do scroll infinito:
conteúdo real, sobre autoconhecimento, filosofia, autocuidado,
e sobre viver fora do algoritmo.
✴️ Uma marca pra quem sonha, resiste e cria
O Drop Zero e Um é o primeiro passo.
As primeiras peças estão ficando prontas: simples, com alma.
Nada disso é grande ainda.
E talvez nunca precise ser.
O importante é que é real.
🎞️ Porque, às vezes, uma frase muda o fim do filme:
BE CALM AND KIND

Oversized

Classic

Boné + Classic

Boné + Oversized
Não há nada em que tropeçar
A duras penas se erguer
Prontos pra um novo começo
Re-aprender a andar
Sentir perder
Reconstruir
E caminhar pro que virá
Nos desejo força
Já que o pior já passou
Ter coragem para dar
as mãos
Sentir viver e destruir
E aceitar que nos fazia mal
E implodiram tudo que
os oprimia
Precisavam refazer os seus
conceitos
Sentir vencer
Reconstruir
E caminhar pro que virá
Apesar de quase duvidar...
Apesar de quase não
aceitar...

Ter coragem para dar as mãos
